segunda-feira, 28 de março de 2011

Incompetência Contada de Quebra-Molas

Talvez vocês não acreditem, mas para que eu chegue a minha casa, vindo do município de Torres-RS até o Balneário Bella Torres (município de Passo de Torres), um trajeto de cerca de dez (10) quilômetros, foram colocados cerca de trinta (30) redutores de velocidade (os famosos “quebra-molas”).

As justificativas são inúmeras, todavia a maior delas se apóia na prevenção, fato que não pode ser ignorado por ninguém e é uma intenção interessante. Mas como diz aquele ditado, nem toda intenção é um acontecimento e, nesse caso, é um desastre.

O poder municipal permite que as casas e cercas sejam construídas no passeio público e as pessoas não têm outra alternativa a não ser caminhar pelas ruas, que por sua vez são estreitas e sem acostamento. A sinalização vertical e horizontal é digna de um filme de pastelão, alternando velocidades máximas adequadas a carros de boi (30 km/h) em locais menos movimentados e 60 km/h em locais de intensa densidade populacional, especialmente crianças e ciclistas.

As crianças não recebem nenhum tipo de educação para o trânsito e caminham despreocupadas por entre os carros que passam e pulam de “quebra-mola” em “quebra-mola”. Os ciclistas tentam provar a sua condição de usuários da via e ignoram a sua fragilidade, além de não ostentar nenhuma forma de ampliar sua visibilidade, especialmente nos períodos noturnos e naqueles onde há neblina, situação freqüente a beira-mar.

Para quê atender aos trâmites legais e técnicos se bastam meros “quebra-molas”, alguns com menos de dez (10) metros entre um e outro? Os pedestres e ciclistas merecem mais respeito e os motoristas de veículos automotores deveriam ser ressarcidos de seus prejuízos a cada passagem por vias esburacas, perigosas e com artefatos absurdos para conter a velocidade.

As medidas são sempre punitivas e jamais educativas, não se observa nenhuma atitude dos proprietários do poder para educar as pessoas e prevenir, de fato, o número de ocorrências no trânsito, que lamentavelmente levam o nome de acidente, mas que de forma alguma são imprevistos e sim negligência das autoridades vigentes.

Medidas de moderação de velocidade veicular são e sempre serão necessárias, pois os automóveis e caminhonetes estão cada vez mais sofisticados e velozes, mas não bastam atitudes incompetentes e simplistas para resolver a situação. É necessário ENFRENTAR o problema e não colocar um “quebra-molas” a cada metro e inviabilizar o trânsito de quem quer que seja.

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